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5 de maio

Chegou o verão! Dias longos e noites frescas. No deserto o verão é maravilhoso. Um sol de rachar e uma noite para refrescar. O verão aqui pelos EUA começa bem! Oficialmente com um feriado, o Memorial Day, no final de maio, quando as praias abrem, viva a temporada; salva-vidas, guarda-sóis, protetores solares, até os tubarões celebram! Eu acho que a temporada na verdade começa antes, já na festa de 5 de maio, um feriado mexicano que acabei de aprender é mais celebrado nos EUA que no México; fiquei curiosa, resolvi averiguar. Eu, como muitos, achava que o 5 de maio era a festa da Independência Mexicana…

Em 5 de Maio de 1862 houve a Batalha de Puebla. Eu já ouvi falar muito de Puebla. Deve ser uma cidade linda. Ficou mais linda agora que sei que foi onde os mexicanos deram um pau nos folgados dos franceses. Era a segunda vez que os franceses tentavam invadir o México. O General Ignacio Zaragoza mostrou de forma definitiva que ali era casa de mexicano. Foi uma vitória inesperada. Os franceses eram militarmente superiores aos mexicanos. A forças francesas concentraram-se no Forte de Guadalupe, uma construção digna do filme O Senhor dos Anéis, coberta por grama com túneis rodeados por trincheiras, construído em forma de quadrado com círculos em cada ponta. Nem o Forte da Guadalupe protegeu os franceses: vá para casa, Jean Pierre, que aqui é casa de Juan! No México eu conheço Tijuana — tequila, sexo e marijuana —, Guadalajara, Cabo San Lucas, Puerto Vallarta e Nuevo Vallarta. Adoro todas elas. Puerto Vallarta e Guadalajara são lugares incríveis. Puerto é a Nossa Senhora de Aparecida dos mexicanos, sede da Guadalupe, a padroeira nacional, e Guadalajara foi onde o Brasil se consagrou como o melhor futebol do mundo, de quebra tem show de mariacchi no estádio durante o meio-tempo. Agora que sei sobre o 5 de Maio, da Batalha de Puebla, vou visitar Puebla com certeza. Imagino que celebramos o dia 5 mais por aqui nos EUA porque somos os reis do marketing, se vende álcool à beça nesse dia.

A independência do México é comemorada em 16 de setembro, próxima da do Brasil. Eles também celebram com um grito. O Grito de Dolores: “Viva nuestra Independencia Nacional! Vivan los heroes que nos dieron Patria y Libertad! Viva Hidalgo!” Viva!! Muito bom, mas o nosso grito — esta frase inspiradora, maravilhosa, perfeita de  D. Pedro I, “Independência ou Morte!” — ganha em disparada.

No próximo 5 de maio eu, que não bebo, vou tomar uma cerveja, um gole ao menos de uma Corona, em homenagem aos mexicanos. Adoro americano dando pau em europeu.

Daniela Pompeu
Daniela Pompeu, brasileira-americana, neta, filha, sobrinha e irmã de jornalistas, mora em Los Angeles, Califórnia. Graduada em Inglês pelo Hunter College, Nova Iorque, com especialização em Literatura Medieval. Formada em Acting pelo Catherine Gaffigan Studio of Acting, Nova Iorque. Escreve um blog semanal: www.danielawrites.net . Autora dos livros "Tea with Dani", "It's with H, Sir" e "Never Let a Good Crisis Go to Waste, I Can't Stand the Bull Crap".
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