Existe um fantasma que assombra a todos: a perda da memória. O pavor da senilidade é real, embora as pessoas evitem falar sobre o assunto.
Tatiana Tchernígovskaia, conhecida neurocientista russa, especialista em psicolinguística, estabeleceu cinco causas do envelhecimento cerebral e do enfraquecimento da memória. E o mais importante: ela tem certeza da possibilidade de treinamento da mente, para que essa situação seja evitada.
Seguem as causas definidas por Tchernígovskaia e por mim comentadas.
Fontes rápidas de dopamina
A dopamina é um neurotransmissor que atua de diferentes formas no sistema nervoso, relacionando-se, por exemplo, com o humor e o prazer.
Fontes rápidas de dopamina tornam o cérebro preguiçoso. O cérebro não é burro: ele compreende que não é preciso ler livros e buscar novos conhecimentos para sentir prazer quando existe uma possibilidade muito mais rápida e mais eficiente. Basta entrar nas redes sociais. O efeito é o mesmo e gasta-se menos energia.
É importante exercitar o cérebro, procurando realmente ler livros em vez de apenas buscar informações na Internet, embasbacar-se com os vídeos do TikTok ou com as infinitas mensagens recebidas pelo WhatsApp.
Leitura errada de livros
A leitura dever ter digestão lenta. O principal é extrair algo de importante dela, despendendo esforço mental na compreensão e interpretação do conteúdo, no desvendamento do sentido daquilo que foi escrito.
E assim o cérebro começa forçosamente a trabalhar, aumentando a quantidade de conexões neurais. Depois da leitura ou da recepção de algum conhecimento, tente anotar os tópicos mais impactantes.
No curso CFNH (Criação e fixação de novos hábitos) eu trato justamente da Acomodação Intelectual. Uma das dicas para se lidar com ela é registrar por escrito o resumo do que ocorreu durante o dia e que serviu de aprendizado de algo novo. Parte-se da premissa de que sempre é possível aprender algo do dia que passou.
Dessa maneira, o cérebro fica ativo, executando com louvor o seu trabalho e aperfeiçoando a memória.
Recusa a aprender
Precisamos invariavelmente de algo novo que desperte o trabalho cerebral, principalmente no cotidiano. Ao longo do dia, executamos inúmeras atividades automaticamente, sem despender nenhum esforço mental.
Um dos grandes ensinamentos proporcionados pelos cursos do Solaris é justamente estimular a observação de sua presença e de sua conexão com as fontes internas de energia. Esse cuidado mantém a mente desperta, viva e atenta.
Não adianta apenas observar o que se passa ao seu redor. É muito importante ser capaz de perceber a própria presença, como se fosse um observador externo, como ao se olhar num espelho.
Falta de recompensa ao cérebro pelo trabalho árduo
Para recarregar as baterias cerebrais, o sono é fundamental. A dificuldade de dormir traz desgaste e influencia negativamente a memória.
A prática da limpeza mental, como aprendemos no Solaris ou seja, liberar a mente dos pensamentos acumulados ao longo do dia ajuda muito a ter um sono mais saudável. Relaxamento e massagem dos pés são também altamente recomendados.
Falta de objetivo
Não é um assunto fácil. Objetivos de vida estabelecem a razão da existência de uma pessoa. Não se trata necessariamente de algo elevado ou distante. Pode ser alguma coisa que fazemos cotidianamente.
O objetivo não é teórico, mas algo que é lembrado e realizado diariamente. Ao constatar, ao final do dia, o resultado concreto de algo que definimos como meta, escapamos da rotina. Sentimos satisfação por nosso caminho, vontade de continuar trilhando-o.
O caminho evolutivo não é fácil, pois exige dedicação a atividades que importam apenas para nós mesmos. Nossa vida é constituída de obrigações sociais, profissionais e familiares, não deixando quase nenhum tempo livre para nossos objetivos pessoais, para mantermos a musculatura de nosso corpo e de nossa mente.