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Encontros

Como é gostoso passear pelo Brasil! Acabei de passar férias em São Paulo e foi maravilhoso. Quando digo Brasil, exagero, passeei por um pedacinho do Brasil, mas um pedacinho arretado do Brasil, casa de muitos brasileiros de muitas partes do país, como diria o Nelson Rodrigues, pequeninha mas ordinária.

Já de saída, no aeroporto conheci um norte-rio-grandense que faz estágio em São Paulo e que mora no Tocantins. Eu adoro gente que mora e viaja para tudo que é canto. Conversamos bastante sobre Natal, que é a cidade natal dele… eu sempre tive vontade de conhecer o Rio Grande do Norte, a quebrada do país, a curva do Brasil ou, como o rapaz disse, a esquina do Brasil. Ele confirmou o que eu já tinha ouvido falar: Natal é uma das cidades mais bonitas do país. Também conhecida como a “Noiva do Sol,” a “Cidade do Sol” e a “Cidade das Dunas”. Tô dentro, vou marcar um encontro com Natal, em breve.

Sim, São Paulo, a matriarca do Brasil, que cidade populosa! Uma coisa impressionante. Fiquei com vontade de filmar as ruas de Los Angeles para comparar com as ruas de São Paulo, aqui pouco se veem pessoas andando pelas ruas, os paulistanos ficariam boquiabertos, e vice-versa. Por falar em filme, eu queria encontrar Os Deuses Devem estar Loucos aí pelo Brasil, mas até me esqueci, porque quem ficou louca com a pauliceia desvairada fui eu. Doida ou não doida, com carros, motos e gente para tudo que é lado, eu adorei a visita e mesmo na doideira da cidade deu para sentir o calor humano do brasileiro, que continua admirável! Que povo doce, amigável, alegre… e a comida então, outra maravilha! Eu comi bem em todo os lugares que fui, padarias, casas de amigos, família, restaurantes; agora, acredite se quiser, eu não tomei um café bom em São Paulo! Uma coisa inacreditável! Melhora esse café aí, São Paulo!

Mas o que eu menos gostei mesmo foi do clima. Eu adorava o clima de São Paulo quando criança. Agora, depois de tantos anos morando na Califórnia, acho que eu vou gostar do clima de Brasília, um clima seco, deserto, uma cidade com espaço aberto, já deixei um encontro mardado com a capital, que eu nunca visitei. Eu me lembro de quando meus avós visitaram Brasília e eu finalmente vi uma flor-do-cerrado, fiquei bem decepcionada com a famosa.

Na volta do Brasil, fiz baldeação em Dallas, Texas, uma cidade que eu não conhecia. Passei uma tarde maravilhosa por lá, com um grupo de brasileiros que faziam baldeação, cada qual com um rumo diferente. Em Dallas, a primeira parada que visitamos foi o monumento em memória de John F. Kennedy. Deu arrepio ao ver o monumento, andar na mesma avenida que a limosine presidencial passou naquele fatídico dia, certamente um dos encontros mais macabros da história. O povo de Dallas também merece elogio, um povo muito caloroso.

E para terminar a minha estória: a primeira coisa que meu irmão comentou quando nos encontramos na salinha de música do meu avô foi, “lembra que a gente levantava o pé do chão e colocava no sofá, com medo do lobo do Pedro e o Lobo?”… risos… sim, lembro, e como!

Daniela Pompeu
Daniela Pompeu, brasileira-americana, neta, filha, sobrinha e irmã de jornalistas, mora em Los Angeles, Califórnia. Graduada em Inglês pelo Hunter College, Nova Iorque, com especialização em Literatura Medieval. Formada em Acting pelo Catherine Gaffigan Studio of Acting, Nova Iorque. Escreve um blog semanal: www.danielawrites.net . Autora dos livros "Tea with Dani", "It's with H, Sir" e "Never Let a Good Crisis Go to Waste, I Can't Stand the Bull Crap".
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