Trecho retirado da palestra ministrada por Sofia Mountian na sede da ONG Solaris em junho de 2010.
Pouco sabemos da nossa ancestralidade, pois praticamente nada restou. A não ser lendas e histórias que nos induzem a acreditar que a humanidade teve um passado glorioso, mas que por algum motivo ele desapareceu. Há muitos mitos e tradições sobre nossas origens, como a Hiperbórea ou a Lemúria, o continente perdido, mas nada se compara ao fascínio que a Atlântida exerce sobre nós. E por que se fala tanto de Atlântida?
Conforme algumas interpretações e relatos, Atlântida foi um dos últimos redutos de uma civilização muito avançada, que anteviu a própria queda e se preparou para ela. A civilização atlante foi planejada e fez de tudo para perpetuar-se, criando colônias em vários cantos do mundo. O Egito, por exemplo, teria sido elaborado para dar continuidade a ela.
Vestígios da nossa civilização revelam-se em muitas tradições, inclusive, na esotérica. Na simbologia esotérica, principalmente a dos Arcanos Maiores do Tarô Egípcio – essa já conhecida dos alunos do Solaris –, aparece toda a história da Humanidade. Claro que a visão tradicional dessa simbologia não nos basta, é preciso de uma chave de leitura especial. Nas palavras de Mebes (1869-1930), grande ocultista russo:
“De acordo com a tradição dos sacerdotes do Memphis, prevendo a queda da civilização egípcia, ocultaram seus conhecimentos sob a forma de um baralho que, hoje em dia, é conhecido pelo nome do Tarô e o legaram aos profanos, sabendo que, devido ao hábito do jogo, tais conhecimentos chegariam à posteridade.”1
Há aproximadamente 7000 anos surgiram civilizações na Terra com um conhecimento herdado. O Egito foi uma civilização avançadíssima que deixou muitos vestígios, até hoje pouco explicados, como no caso de suas pirâmides. O conhecimento estava concentrado nas mãos dos sacerdotes, que nunca esclareceram sua origem. Por isso muitos dizem que Thot, o grande deus lunar, era um atlante responsável pelo Egito.
O Tarô é muito mais que um instrumento de adivinhação. É a memória akáshica, que consiste em:
• Arquétipos de convivência, refletidos nos arcanos menores, que até hoje mostram as situações das relações humanas;
• E um grande software do nosso possível desenvolvimento, contido nos 22 arcanos maiores, cujo conteúdo já está completamente desvendado, sendo estudado nos cursos regulares do Solaris.
Tudo o que foi, é e será criado está contido no arquivo akáshico, acessado pela mente abstrata e criativa de seres humanos especiais, que conseguem dar uma versão atual a um conhecimento já existente. Alguém deixou este legado para nós – os atlantes continuam aqui. Supõe-se que há cerca de 12000 anos antes de Cristo a Atlântida desapareceu em função de um cataclismo terrível. Este fato permaneceu na memória da humanidade. Nos livros sagrados, inclusive, na Bíblia, temos os relatos do grande dilúvio. O simbolismo da Arca de Noé é o arquivo akáshico, é o nosso legado.
O ser humano teve um forte desenvolvimento em virtude de suas origens muito elevadas. Acontecimentos trágicos degeneraram muitas civilizações, levaram-nas à decadência, o que só agora foi totalmente superado. No entanto, nossa civilização não está salva de cataclismos, de desastres de grandes proporções. Previsões terríveis sobre o fim do mundo surgem o tempo todo. Ninguém sabe dizer se são verossímeis ou não, mas certamente está claro que devemos nos concentrar no nosso desenvolvimento mental e espiritual.
Em vários momentos da civilização o homem chegou a determinado ponto de desenvolvimento e depois voltou à barbárie. Hoje em dia, mesmo com todos os avanços tecnológicos, o ser humano, que em princípio não mudou muito, ainda tem medo de grandes guerras e desastres. Por alguma razão a humanidade dominou a Terra, desenvolveu sua civilização, entre guerras e mortes, mas indiscutivelmente cresceu muito. No entanto, este crescimento precisa ser sustentado. Na Atlântida ele não se sustentou. Vários relatos mencionam a preparação dos atlantes para a sua queda, pois eles já sabiam o que estava por vir. Existem vestígios dos nossos ancestrais no Egito, na China, na Amazônia, na Europa – o mesmo tipo de construção em lugares completamente distantes –, alguma coisa restou, mas sem duvida algo não teve permissão para continuar existindo.
A humanidade atual avança em várias frentes. Ainda não estamos em condições de criar vida em outros planetas, apesar de isso ser uma questão de tempo. O que está objetivamente patente é a necessidade de mudança do ser humano em relação ao próprio cotidiano – nós nos voltamos para o Universo sem conhecer bem o nosso lar, nossa Terra. Algo está mudando, e não se sabe o quê. Sequer os cientistas conseguem chegar a uma conclusão definitiva, não sabem se estamos em processo de aquecimento ou o contrário. Fato é que alguma coisa está acontecendo em relação ao que estamos criando, há alguma reação ao que desenvolvemos.
Diante de tudo isso e de nossa poderosa ancestralidade, o mais importante para nós é entender quem somos, o ser humano precisa entender quem é ele, com disciplina, conhecimento e regras para o seu crescimento. Isso significa crescer como espécie, significa desenvolver o nosso lado divino e criador, aproximar-se dele, pois temos permissão para isso.
1Trecho retirado do livro Os arcanos menores do Tarô, de G. O. Mebes. Editora Pensamento. Trata-se de um livro magnífico sobre o ocultismo ocidental que me levou ao estudo profundo do Tarô.