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Mediunidade

Para escrever este artigo, consultei livros da grande médium Helena Blavatsky.

Ela divide os médiuns em duas categorias: os ativos e os passivos.

O médium ativo é chamado de adepto, um nome muito elevado, pois define um alquimista que chegou à imortalidade. Ele comprovadamente alcançou o segredo da transformação.

Para Blavatsky, o médium adepto capta uma grande fonte de conhecimento e se transforma em um grande mestre numa encarnação.

Existem médiuns ativos que não são adeptos; por alguma razão, estabelecem contato, abrem seu canal de comunicação, mas não deixam de ser lesados. Essa situação é possível pelo contato ocorrer em nível de igualdade: o médium aceita servir como um canal, mas quer ser respeitado.

Já o médium passivo é um coitado, ainda segundo Blavtsky, porque é alguém desequilibrado, sem condições de sobreviver. É uma pessoa comprometida psicologicamente, dominada por forças espirituais, que não consegue ter domínio sobre si própria.

Não é raro ouvirmos histórias de pessoas que não conseguem sair de casa, que “saem” do corpo, que não são capazes de ter controle sobre si, em completo desequilíbrio.

Hoje, a mediunidade é muito explorada, inclusive pela medicina, pela psiquiatria, sendo usada como um complemento. Até serviços de inteligência de diversos países utilizam os médiuns para ter poder no mundo invisível.

Existem vários tipos de mediunidade. Há médiuns de cura, videntes, de incorporação. Mas será que uma pessoa mediúnica é feliz? A resposta não é tão simples, pois vai depender do domínio que ela tem sobre esse fenômeno.

O fenômeno mediúnico começa a se manifestar na infância, fazendo com que a criança viva num mundo invisível e real. Normalmente, essas experiências passam com a chegada da adolescência.

No caso dos adolescentes, uma mediunidade descontrolada torna-se mais séria, podendo gerar muito conflitos com a família e os amigos e questões psíquicas.

Hoje em dia, todo mundo tem algum grau de sensibilidade em função do desenvolvimento tecnológico, do uso da internet e do celular, mas o surgimento de algum fato paranormal assusta bastante.

A mediunidade assusta. As primeiras impressões de uma pessoa que vivencia isso geralmente são: “O que está acontecendo comigo? Estou tendo sonhos estranhos, estou muito sensível, me sinto deslocada do mundo, tenho tido alguns desmaios, hipersensibilidade, choro sem parar. Às vezes, olho para uma pessoa e vejo que está com algum problema ou com alguma doença”.

Quando alguém passa a ter percepção de mediunidade, é preciso trabalhar a si próprio, não há outra maneira. Há dos caminhos: ou ser um médium passivo e sofrer com tudo isso, ou trabalhar esse potencial para se dar a chance de tornar-se um mestre. São dois extremos, mas não se pode desprezar algo que você tem, que é seu, que recebeu por alguma razão.

Normalmente, o médium alcança arquivos mentais reconhecidos sem conseguir nem compreendê-los nem tirar algum proveito deles. Profissionalmente, a mediunidade pode atrapalhar, pois ela tira a noção do tempo, do lugar ou das obrigações. O mundo real se torna um lugar muito hostil. As situações começam a se misturar na sua cabeça.

Eu conheci uma mulher que, sem mais nem menos, começou a ver símbolos. Eram símbolos fantásticos, e ela foi mentalmente muito longe para buscá-los.

No entanto, não podemos confundir mediunidade com algum distúrbio mental. A esquizofrenia, por exemplo, é uma condição muito grave. A pessoa acometida por ela pode até ter aspectos de mediunidade, mas deve ser tratada, acompanhada por um profissional da área médica. Quando alguém diz que escuta vozes, isso não é algo esperado. A mediunidade, em geral, se expressa através da intuição de imagens ou de sons.

Os médiuns são usados, muitas vezes, no plano da vidência, da telepatia, da transposição. A neurociência desenvolveu estudos fabulosos sobre alterações que se originaram no cérebro.

A partir do fim século XIX, a arte se tornou altamente mediúnica. O artista passou a acessar um arquivo muito sutil, sem uma forma material convencional. Muitas vezes, surgia apenas uma cor. Não era uma visão absurda, era uma visão mediúnica. Por essa razão, grandes artistas plásticos e pintores tiveram questões psiquiátricas.

Outro meio de dar vazão à mediunidade é o Tarô, pois, por meio dele, a pessoa começa a organizar um pouco aquilo que ela está enxergando. Muitos médiuns que frequentaram o Solaris conseguiram enriquecer jogando tarô e, no fim do curso, estavam muito mais centrados e estáveis.

Outra forma interessante de controlar a mediunidade é o caminho evolutivo, que vai ajudar a aprimorá-la na realidade objetiva.

Sofia Mountian
Criadora da Teoria da Abrangência, fundadora do Instituto Solaris, presidente da ONG Solaris e uma das sócias da Plênita Consultoria. Sofia escreve mensalmente na Revista Solaris.
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