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Princípio da Boa Vontade

Continuando a conversa sobre leis e princípios que norteiam nossa vida atual, vamos agora pensar no Princípio da Boa Vontade:

LEIS PRINCÍPIOS

Corretas Relações Humanas Boa Vontade

Esforço Grupal Unanimidade

Aproximação Espiritual Divindade Essencial

Lembrando que um princípio é uma motivação, uma fonte de energia, uma afirmação que visa a uma melhora geral da humanidade. Já uma lei é a formulação em palavras do que está implícito num princípio, possibilitando que ele se manifeste na prática.

Princípio da Boa Vontade

A expressão “boa vontade” é bastante familiar. Talvez tão familiar que muitas vezes deixamos de pensar no seu significado, não nos sentindo entusiasmados nem interessados pelo assunto.

Mas o que é a boa vontade e por que ela tem sido chamada de “pedra de toque que pode transformar o mundo”?

A boa vontade é a atitude voltada para o bem, é a expressão da identificação de uma ordem superior e maior do que nós. É uma força propulsora que pode ajudar na resolução de qualquer problema e, ao mesmo tempo, é o instrumento mais simples com o qual podemos nos equipar.

Há outro ponto que merece nossa consideração: a boa vontade é contagiante. Uma vez expressa e praticada, ela ascende aos corações de todos aqueles que toca, prosseguindo em novas direções. Mas, se não alimentada e desenvolvida, a boa vontade pode diminuir ou anular-se completamente. E exatamente aqui que se acha nossa responsabilidade pessoal.

Existem dois métodos para desenvolver a boa vontade:

O primeiro é a eliminação de obstáculos para sua livre expressão. Esses obstáculos implicam principalmente: egocentrismo, ressentimento, hostilidade, preconceito, crítica e intolerância. Sua eliminação exige uma autoanálise sincera e o desapego da autovalorização. Ao mesmo tempo, possuir sempre uma dose de boa vontade é essencial para superar esses entraves. Nessa interação, a boa vontade se converterá numa poderosa força de nossas vidas.

O segundo método consiste em cultivar qualidades positivas, o que, em boa medida, também transforma os obstáculos citados. As qualidades positivas mais necessárias são: simpatia, paciência, generosidade, humildade e fraternidade, chegando a um sentido cósmico de universalidade.

Os campos de ação da boa vontade podem ser visualizados numa série de círculos concêntricos, sendo que no centro deles está o indivíduo, cada um de nós. Assim, por mais surpreendente que isso pareça, é precisamente nesse ponto que a boa vontade começa a existir. Embora tenhamos a impressão de nos tratarmos com boa vontade, o que geralmente ocorre é a tendência a sermos indulgentes com nossas fraquezas e impulsos. Para transformar nossa condição, devemos, mais uma vez, assumir uma atitude firme e determinada por meio da autoobservação, da autocompreensão e da evolução de nossa personalidade. Essa determinação exige força de vontade ativa e constante.

O segundo círculo abrange nossos familiares. É até desnecessário ressaltar que a boa vontade é imprescindível à relação entre o casal e entre pais e filhos. Envolvendo o círculo familiar, temos o que inclui as pessoas com as quais mantemos contato em nossas atividades diárias. E, por fim, contornando todos eles, achamos o círculo que abrange as coletividades: comunidades, nações, continentes e, finalmente, toda a espécie humana.

Em todas essas relações, devemos estar atentos à função essencial da compreensão. A disposição de compreender aqueles com os quais nos relacionamos deve ser um exercício consciente e constante para que a necessária boa vontade de integração possa ser mantida.

A BOA VONTADE É UMA QUALIDADE QUE NOS TRANSFORMA E, CONSEQUENTEMENTE, TRANSFORMA TODOS OS NOSSOS RELACIONAMENTOS.

No mês que vem, trataremos da Lei do Esforço Grupal.

Texto baseado em Meditação e Síntese – Parassíntese, Visão e Missão (São Paulo, Ed. Totalidade, SP, 2004). Organizado pelo CEPAZ, o livro reúne textos de Roberto Assagioli, fundador da Psicossíntese.

Laura Paladino de Lima
A solariana Laura Paladino de Lima, integrante do grupo Liberdade, é formada em História e Administração pela PUC-SP. Dedica-se ao estudo de História da Arte em instituições como PUC-SP, MASP, ICIB (Instituto Cultural Ítalo Brasileiro), IICSP (Instituto Italiano de Cultura SP). Autora do livro Gigi e as S(r)mentes (São Paulo, Totalidade, 2001, 2ª. ed.).
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