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Princípio da Divindade Essencial

Vamos conhecer o último princípio da série de leis e princípios que norteiam a vida moderna, o da Divindade Essencial. Lembrando que um princípio é uma motivação, uma fonte de energia, uma afirmação que visa a uma melhora geral da humanidade, enquanto uma lei é a formulação em palavras do que está implícito num princípio, possibilitando que ele se manifeste na prática.

LEIS PRINCÍPIOS

Corretas Relações Humanas Boa Vontade

Esforço Grupal Unanimidade

Aproximação Espiritual Divindade Essencial

De várias maneiras, as escrituras de todas as grandes religiões falam do Princípio da Divindade Essencial. Pesquisas científicas também têm confirmado esta energia fundamental e universal que interpenetra todas as formas de vida da Terra. Apesar disso, este princípio é uma descoberta que cada um deve fazer por si só – não se deve aceitar a experiência alheia como uma verdade absoluta.

A divindade essencial não é um assunto para pesquisa intelectual, não é algo que pode ser provado pela razão ou explicado com palavras. É uma esfera da realidade que deve ser vivenciada individualmente, algo como uma revelação íntima. Ao percebê-la, a pessoa desperta a um aspecto seu que até então desconhecia: a verdadeira essência de seu ser.

Nós, seres humanos, somos essencialmente divinos. Isto pode ser contestado por alguns intelectos, mas ninguém, mesmo com conceitos racionais ou crenças particulares, pode questionar o fato de fazermos parte de um processo de vida maior.

O ”essencial“ que adjetiva este princípio não significa “necessário”, mas sim “fundamental”. A primeira evidência desta divindade pode ser encontrada na consciência do Eu, de si mesmo. É a flama que nos impele a afirmar nossa individualidade, a lutar pela liberdade, a buscar a paz, a nos esforçar por aquilo que intuímos ser maior do que nós mesmos.

Nosso lado intelectual concebe muitas teorias sobre a origem e o destino da humanidade, sobre a busca e o significado da existência. Com toda a habilidade, criamos métodos para dominar a natureza. No entanto, somente a essência pode descortinar os segredos que nos fazem atingir um contato consciente com a existência, da qual somos parte inseparável.

Em cada indivíduo, além da personalidade, há qualidades que jorram como de uma fonte. Amor, criatividade, boa vontade, aspiração, apreciação da verdade, beleza, bondade, e um senso de realidade e de algo mais − de algo que causa uma constante insatisfação na espécie humana, um divino descontentamento, um espírito de aventura, um irrefreável empenho em descobrir coisas novas.

O ser humano tem vivido fundamentalmente o conflito entre a atitude separatista e a consciência de participar de um todo maior. É o Princípio da Divindade Essencial que nos faz manter as corretas relações, a estimular a boa vontade, a promover o esforço grupal, a assegurar nossa unanimidade básica e a evocar a aproximação espiritual. À medida que descobrimos as elevadas possibilidades espirituais implicadas neste princípio, percebemos os caminhos se abrindo, com várias perspectivas de realizações.

Com a Divindade Essencial, concluímos a série de leis e princípios que sustentam, ou deveriam sustentar, nossas relações no mundo. Para estabelecer uma força que os ancore, podemos refletir sobre eles conforme o movimento do ano:

  • Lei das Corretas Relações Humanas – janeiro e fevereiro
  • Princípio de Boa Vontade – março e abril
  • Lei do Esforço Grupal – maio e junho
  • Princípio de Unanimidade – julho e agosto
  • Lei da Aproximação Espiritual – setembro e outubro
  • Princípio da Divindade Essencial – novembro e dezembro

Este é o momento ideal para nos conectarmos com essa força inexplicável e indiscutível que permeia todas as esferas de nossa existência, para nos ligarmos à divindade que nos é própria.

Texto baseado em Meditação e Síntese – Parassíntese, Visão e Missão (São Paulo, Ed. Totalidade, SP, 2004). Organizado pelo CEPAZ, o livro reúne textos de Roberto Assagioli, fundador da Psicossíntese.

Laura Paladino de Lima
A solariana Laura Paladino de Lima, integrante do grupo Liberdade, é formada em História e Administração pela PUC-SP. Dedica-se ao estudo de História da Arte em instituições como PUC-SP, MASP, ICIB (Instituto Cultural Ítalo Brasileiro), IICSP (Instituto Italiano de Cultura SP). Autora do livro Gigi e as S(r)mentes (São Paulo, Totalidade, 2001, 2ª. ed.).
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