A meta principal da Teoria da Abrangência é o trabalho com a Realidade Objetiva do ser humano. Afinal, o mundo que nos cerca é real? O que é real e o que é ilusório? Suponhamos que uma pessoa esteja trabalhando dentro de um apartamento, subordinado às leis do condomínio, baseadas nas leis do município e do Estado. Obviamente, quando estamos num apartamento, não levamos isso em conta, mas uma interferência de algum destes aspectos é sempre possível. Digamos que o prédio não tenha pago a conta de luz, que é cortada. Com isso o trabalho fica impossibilitado. Este fato não depende da nossa vontade nem faz parte de nossos planos, mas ele tem permissão para existir.

A definição da Realidade Objetiva é bastante simples. É a existência de uma unidade independente dentro de um meio ambiente fértil. Estamos falando de alguma coisa que consegue nascer, manter-se, procriar e morrer. O ser humano, por exemplo, é uma unidade independente.

Vamos destacar três aspectos importantes da realidade:

A realidade está atrelada ao meio ambiente, que comporta atividades. Podemos chamar este local de fértil quando nele existe movimento capaz de sustentar a vida.

A realidade subentende a existência de uma unidade independente, ou seja, com fonte de vida própria e que se encontra em determinado local. Sempre há uma troca entre meio ambiente e unidade.

Portanto, uma pessoa só existe se em determinado meio ambiente, com o qual estabelece alguma troca.

O nosso habitat abrange a convivência entre várias pessoas, cidades, famílias, empresas e nações. É um habitat artificial, construído pelo homem e cada vez mais distante da natureza. Toda vez que a Natureza se manifesta o nosso habitat treme, inclusive, objetivamente (terremotos, inundações e maremotos).

O desenvolvimento mental do Homem permitiu a criação de cidades, a existência da alta tecnologia. Isso é bem objetivo.

A Realidade Objetiva baseia-se na abrangência, e não na exclusão. Tudo tem permissão de existir. A Humanidade acabará compreendendo as leis da Natureza, fugindo da necessidade de dominá-la. Porque quando ela o faz, há consequências.

O local da Realidade Objetiva, ou uma situação, desperta a comunicação, que impulsiona uma ação. A ação, por sua vez, gera uma motivação. Portanto, para que um ser humano possa viver em harmonia com a sua Realidade Objetiva, ou seja, com sua situação presente, é importante que a comunicação, a ação e a motivação também estejam equilibradas.

A maneira como nos comunicamos com o outro, como agimos em determinada situação e a maneira como nos motivamos com determinado assunto se refletem no meio ambiente e nas pessoas com as quais convivemos.

Um bom exemplo é quando duas pessoas brigam: cada uma se comunica de uma maneira, agem de certa forma e estão motivadas com objetivos próprios. Isso significa que cada uma está enxergando apenas a sua realidade, sem nunca chegar a um acordo. A briga só termina quando uma das partes cede e começa a enxergar o ponto de vista do outro, ou seja, a Realidade Objetiva em que as duas pessoas estão inseridas. Então podemos dizer que ambas estão na objetividade, e não na “subjetividade”, na qual não enxergavam nada além delas mesmas.

Quando em sintonia com a Realidade Objetiva, tudo o que é pensado deve ser comunicado, mas não de maneira rude – sempre com foco e clareza.

A ação é um movimento que gera algum tipo de resultado material, portanto, ao agirmos damos corpo àquilo que queremos ou pensamos. A motivação é a emoção externada e direcionada ao objetivo traçado pela ação – não adianta pensar, falar e agir se não existe motivação naquilo que planejou. Por esse motivo muitas pessoas não estão no seu eixo ou discordam uma das outras, porque falam sem pensar, agem sem emoção ou têm emoções demais sem conseguir direcioná-las.

Também é possível estar com uma emoção que nada tem a ver com o local e a motivação necessária para se realizar algo dentro desse local.

Quanto maior a emoção interna, principalmente negativa, menor a motivação dentro da Realidade Objetiva. Na verdade, quando a emoção negativa nos acompanha, ou seja, a subjetividade, estamos fora da nossa Realidade Objetiva e não enxergamos respostas que estão embaixo dos nossos narizes.