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Tempo

Chegou a vez do nosso Grupo de apresentar um texto para ser publicado na Revista Solaris… um conteúdo interessante, que possa trazer uma reflexão, ter pertinência ou ainda ser relevante para a maioria.

Achar um tema ou tópico e transformá-lo em palavras, às vezes, pra mim é muito difícil… A percepção é de que, na maioria das vezes, a minha habilidade de falar é mais evidente do que a de escrever, pois a fala flui com naturalidade, mas aqui estou tentando traduzir um pensamento, uma linha de raciocínio ou a minha visão sobre o título em questão.

Busquei por palavras como “maturidade”, “vivência”, “experiência”, “finitude”, para tentar contextualizar a sensação que tenho vivido sobre o meu universo e a que chegou mais próxima foi “tempo”.

De acordo com o dicionário, tempo também significa: fase, ciclo, período, época, ocasião, instante, momento, etc.

O tempo, também, pode ser utilizado como medida para avaliar as coisas que acontecem e assim determinar a evolução e/ou o desenvolvimento delas.

Meu questionamento paira sobre o fato de estarmos ou não vivendo a sincronicidade do tempo com a nossa realidade percebida. Não acredito que seja assim, pelo menos não para mim. O ponto é que o tempo caminha de forma inabalável, e a sensação que tenho em relação à consciência desta realidade parece estar num ritmo diferente.

Minha lucidez não me abandonou, pelo menos é o que penso. Só não estou encontrando o ponto de equilíbrio entre o tempo e a realidade sentida, porque meu corpo está num estágio e meu cérebro em outro. Por mais que eu cuide deste “invólucro”, o tempo continua exercendo sua função de forma implacável, deixando-o frágil e limitado, enquanto minha mente parece estar renovada, alerta e rejuvenescida por todo e qualquer tipo de aprendizado que a submeti durante um mesmo período.

Como conviver com esta antítese? Como lidar com as limitações e/ou restrições que, pouco a pouco, o tempo nos coloca, enquanto a mente grita: “viva”!? Alguém tem que ceder? Quem? O cenário me mostra que é o tempo que irá vencer esse duelo. E o que nos resta fazer? Aceitar? É claro que sim! Não há como “vencer” o tempo!

Então, o que fazer com esse “cérebro” cheio de conteúdos, experiências, vivências? Passe adiante, divida, compartilhe com todos que quiserem recebê-los.

Mas por que fazer isso? Sua vivência e experiência de vida são únicas e você pode e deve deixar algo para ser perpetuado: é tanto uma forma de se superar perante o tempo quanto de deixar a sua “marca” nele para todos que quiserem usufruir dela, tornando isso o seu próprio crescimento e desenvolvimento pessoal.

Flávia Moreira
Ingressou no Instituto Solaris em 1996 para buscar o autoconhecimento, o que a levou a se tornar sacerdotisa da ONG Solaris, com o intuito de auxiliar as pessoas que estão na busca do aperfeiçoamento pessoal e de propagar o aprendizado adquirido. Faz parte do grupo do Ritual do Indivíduo.
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