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Uma organização do tempo

Todo mundo já teve a sensação de que o tempo está passando muito rápido. A gente sente o tempo correr: “não tenho tempo”, “não dá tempo”…

Então, nos perguntamos: “O que está acontecendo?”. Será apenas uma impressão ou realmente algo está mudando?

Ao pensar em tempo, a primeira coisa que vem à mente é movimento. O que tem movimento necessariamente tem tempo. Tempo, portanto, envolve direção, duração e velocidade. O tempo pode ser acelerado ou desacelerado, como, por exemplo, durante a meditação.

A ideia de espaço-tempo se tornou habitual. Algo acontece em determinado espaço durante algum tempo. Enquanto algo acontece, estamos no tempo presente, que possui certa duração. Uma direção do tempo aponta para o passado e outra para o futuro. O tempo presente pode ganhar velocidade, ou seja, podemos fazer mais coisas durante um mesmo período.

O tempo está em aceleração. O planeta Terra tem um movimento constante, como todos os corpos celestes. Então, de repente, algo o obriga a entrar em outro ritmo. Essa aceleração significa a existência de um processo. E existe um “dedinho” nosso nesta história. Nosso planeta está atualmente cercado por satélites, formando determinado sistema que, inteiramente conectado, permite a comunicação globalizada. A Terra se vê forçada a fazer parte desse sistema.

O tempo pode formalmente ser representado como uma linha em que estão demarcados PASSADO – PRESENTE – FUTURO.

Em qualquer momento, só o que temos é o presente, pois o passado passou e o futuro é incerto. Mas o presente tem uma característica fantástica: ele se repete. Toda mudança começa no tempo presente, mas nenhuma se realiza nele, porque o presente não sabe o que mudar. É como o filme “O feitiço do tempo” (1993), em que o personagem de Bill Muray, que faz previsões meteorológicas, fica preso no Dia da Marmota. O presente se repete continuamente… Para se mudar alguma coisa, é preciso envolver o passado e o futuro. Sem eles, o processo não se movimenta.

O dia repete o dia, o mês repete o mês, o ano repete o ano. No fim de cada ano, costumamos fazer um planejamento do que queremos realizar. Normalmente, programamos o que depende de nós próprios. Mas quem é que faz a revisão das promessas? Temos esse hábito ou somente nos concentramos em fazê-las? Afinal, por que o que depende unicamente de nós mesmos é tão difícil de cumprir?

Cada promessa é um processo, nunca é realizada num piscar de olhos. É um processo mantido por meio de muita energia, pois, entre tantas atividades, lembrar-se do que é importante somente para você e manter o movimento do desejo não é tarefa simples.

Mas como organizar um processo de um desejo? Se meu desejo for parar de fumar, como organizar esse processo?

Por onde começar? Não é fácil, mas perfeitamente viável. Começamos com o dia de hoje. Hoje não vou fumar. Durante o dia eu vou me lembrar da minha promessa. No fim do dia, vou revisar o meu processo. O dia que se passa é o meu presente. O dia seguinte será o meu futuro. E o passado? Ainda não tenho, mas amanhã o dia que se passa será o dia que passou e o meu passado. O novo dia é o meu presente e o dia seguinte será o meu futuro. O segredo é dispor de energia (conforme inúmeras técnicas aprendidas no Solaris) para manter o ritmo do desejo.

G.I.Gurdjieff, um grande mestre espiritual russo, tem uma frase que sintetiza tudo isso:

Hoje é o que é, porque ontem foi o que foi. E se hoje é como ontem, amanhã será como hoje. Se quiserem que amanhã seja diferente, deverão tornar hoje diferente.

É impossível mudar o passado, mas é possível fazer algo diferente hoje em relação ao seu desejo. Dessa maneira, o dia de amanhã terá uma nova referência que pode o levar ao cumprimento do que foi prometido.

Sofia Mountian
Sofia Mountian dispensa maiores apresentações – criadora da Teoria da Abrangência, fundadora do Instituto Solaris, presidente da ONG Solaris e uma das sócias da Plênita Consultoria. Sofia, no intuito de esclarecer dúvidas sobre a Teoria da Abrangência, o crescimento do ser humano e assuntos de interesse dos solarianos, escreve mensalmente na Revista Solaris.
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