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Autoconhecimento e evolução

O interesse filosófico pela mente e pelo comportamento do ser humano remonta às civilizações antigas do Egito, Pérsia, Grécia, China e Índia. O século 19 trouxe uma abordagem mais moderna do assunto.

O psicólogo, filósofo e médico alemão Wilhelm Maximilian Wundt (1832-1920) é considerado pai da psicologia moderna ocidental. Wundt trabalhou como fisiologista na Universidade de Heidelberg e, mais tarde, na Universidade de Leipzig.

Atualmente, conhecer-se como indivíduo tornou-se uma questão crucial. O autoconhecimento nada mais é que o conhecimento que uma pessoa tem de si mesma, de suas forças e fraquezas, gostos e desgostos, inclinações, sentimentos.

“Conheça-te a ti mesmo”, a frase célebre atribuída a Sócrates, transformou-se numa máxima da filosofia e do aperfeiçoamento pessoal. Significa explorar e entender profundamente as próprias características, valores, desejos, medos e comportamentos. É o que nos dá ferramentas para tomar decisões conscientes e acertadas, tanto na esfera pessoal quanto na profissional.

O autoconhecimento é um mapeamento do que a pessoa é, mas o mais normal é saber teoricamente o que se fazer, mas não ter energia suficiente para mudar o que se deseja. Não é fácil abandonar um vício ou se ajudar na luta de uma doença grave. A energia do autoconhecimento é um primeiro passo, mas não é o suficiente. A saída é o Caminho Evolutivo.

A humanidade sempre sonhou com a evolução, no sentido de aperfeiçoar as possibilidades ocultas de sua natureza. O acesso a essas possibilidades permite superar limites biológicos e psíquicos. Mudanças reais, inclusive de destino, ficam a nosso alcance.

Para adentrar o mundo de possibilidades ocultas, mas acessíveis ao ser humano, é preciso de um esforço adicional. Na literatura esotérica, nos exemplos reais de evolução, encontramos algo em comum: todos admitem a necessidade de algum tipo de sofrimento consciente, de entrega, para evoluir.

G.I Gurdjieff destaca três caminhos evolutivos tradicionais: caminho do faquir, caminho do monge, caminho do iogue.
O caminho do faquir é o da luta com o corpo físico. É longo, difícil e incerto. O faquir esforça-se para desenvolver a vontade física, o poder sobre o corpo, através de terríveis sofrimentos, torturando o corpo. Todo o caminho do faquir é delineado por meio de exercícios físicos incrivelmente penosos. Desenvolve a vontade física, mas não as funções intelectuais e emocionais. Dessa forma, não há como aplicar a vontade utilizada, não há conhecimento para aperfeiçoar a si próprio no cotidiano.

O caminho do monge é o da fé, do sentimento religioso e dos sacrifícios. São indispensáveis fortes emoções e imaginações religiosas. Este caminho é muito duro e muito longo. O monge desenvolve em si um domínio intenso sobre as emoções, mas as capacidades físicas e intelectuais não são trabalhadas.

O terceiro caminho é o do iogue. É o caminho do conhecimento, do intelecto. Ele compreende sua posição, sabe o que lhe falta, o que deve fazer e que direção tomar. Sabe tudo, mas não pode fazer nada. Para tornar-se capaz de fazer, deve conquistar o domínio sobre o corpo e as emoções.

Os caminhos evolutivos são os únicos métodos capazes de assegurar o desenvolvimento das possibilidades inatas de uma pessoa. E isso não é uma lei, não é algo obrigatório. Na verdade, o caminho evolutivo vai contra a natureza. Numa vida comum, por mais que seja preenchida de interesses filosóficos, científicos, religiosos ou sociais, todos os caminhos levam à morte, conforme a lei da natureza.

Gurdjieff trouxe mais uma possibilidade de caminho, o quarto caminho, o qual não exige que a pessoa se retire do mundo, pelo contrário: o mundo exterior passa a fornecer os obstáculos necessários ao caminho. Todos os lados do ser humano são trabalhados simultaneamente, o que, mesmo mais difícil do que os caminhos tradicionais, é bem mais eficiente. No quarto caminho, o conhecimento é extremamente objetivo e atinge, ao mesmo tempo, o físico, o emocional e o intelectual.

O Instituto da Evolução Individual Solaris é reconhecido como uma escola de autoconhecimento nesses moldes. A Teoria de Abrangência oferece ferramentas que ajudam a delinear um profundo conhecimento de si, de seu corpo, de seus processos mentais e de seu meio ambiente. Como esse processo acontece dentro do cotidiano, é possível aplicar na prática o conhecimento adquirido e saber perdoar os deslizes. O principal objetivo deve ser sempre relembrado: viver bem a vida, sem sofrimento e sem tortura mental.

O método usado na escola é o do Caminho do Guerreiro, o caminho de superação. Ele permite que a pessoa lute contra aquilo que não quer em sua vida. É trilhado dentro do cotidiano, sempre com consciência dos sucessos e fracassos, mas com a certeza do êxito. Além disso, o autoconhecimento, por desenvolver a habilidade de saber, além de compreender a si próprio, permite compreender o outro.

Sofia Mountian
Criadora da Teoria da Abrangência, fundadora do Instituto Solaris, presidente da ONG Solaris e uma das sócias da Plênita Consultoria. Sofia escreve mensalmente na Revista Solaris.
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