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Os gatos do Hermitage

Os gatos, cercados de mistérios e de superstições, nos fascinam há séculos.

No Egito antigo, eram adorados como criaturas auspiciosas. Lá condenavam à morte pessoas que matavam bichanos, por acidente ou não. “Para homenagear esses animais estimados, famílias ricas os vestiam de joias e os alimentavam com guloseimas próprias da realeza. Quando os gatos morriam, eram mumificados.” Durante a Idade Média passaram a ser considerados diabólicos e, no tempo da Inquisição, foram associados às bruxas, sendo mortos e sacrificados. Mas por bem a fama deles mudou…

Em São Petersburgo, o Palácio de Inverno, sede dos antigos tsares e parte do atual museu Hermitage, foi povoado por gatos desde sua construção, por decreto de 1745 da tsarina Isabel (Elisaveta). Ela ordenou que os trouxessem de Kazan para esterilizar o palácio. Catarina, a Grande não era chegada a gatos, mas manteve os guardiões de quatro patas.

“Gatos passaram a proteger as galerias de arte e adegas do palácio (o Hermitage tem quase vinte quilômetros delas) de ratos e camundongos durante a invasão napoleônica, a Revolução Bolchevique e também sob o domínio soviético”, conta Anna Sorôkina, do Russia Beyond.

Na época da Segunda Guerra Mundial, São Petersburgo, então Leningrado, foi cercada (1941-44) e muitos gatos morreram ou serviram de alimento. E as instalações do Hermitage e de outros museus começaram a ser destruídas por ratos, que proliferaram.

Comovidas, pessoas de várias regiões soviéticas enviaram gatos para a cidade criada por Pedro, o Grande (diz a lenda que o primeiro gato a morar no palácio, ainda de madeira, foi trazido da Holanda pelo imperador e se chamava Vassíli).

Sorôkina escreve que a cidade siberiana de Tiumen foi a que mais abasteceu a antiga capital do império russo, depois “moradores de várias cidades da Sibéria enviaram seus felinos de estimação como ajuda adicional para proteger o Hermitage. Na época, um trem com cinco mil gatos de Tiumen, Omsk e Irkutsk chegou a Leningrado, após uma viagem de vários dias”.

Hoje, os gatos se tornaram mais do que um símbolo do Hermitage, são seus moradores oficiais e têm a função de livrar os diversos compartimentos do museu de ratos e ratazanas. Os lendários felinos são vacinados e cuidados por veterinários. Cada bichano tem um passaporte, um prato, uma caixa de areia e uma cama.

Fontes:
petz.com.br
Russia Beyond: https://br.rbth.com

Imagem:
https://xnbtbnee5app1h.xnp1ai/ermitazhnye-koty.html

Sofia Mountian
Criadora da Teoria da Abrangência, fundadora do Instituto Solaris, presidente da ONG Solaris e uma das sócias da Plênita Consultoria. Sofia escreve mensalmente na Revista Solaris.
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